Chamamos de cinegenia a maneira pela qual a máquina se apropria e faz sua, remodela, redesenha aquilo de que ela se apodera: corpo, rosto, coisa. Essa nova dimensão conferida ao ser ou à coisa filmada é antes de tudo a declaração de que houve um olhar para esse ser ou essa coisa. O cinema inscreve naquilo que filma a idéia, o código, a aura do olhar. Olhar que deve ser um pouco menos humano (a máquina) para que eu possa vê-lo, para que ele seja notado. Passando pelo cinema, o mundo torna-se olhar para o mundo. Mundo como olhar.
Jean-Louis Comolli
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