sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Estalagem

Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. 


_ Fernando Pessoa. Livro do desassossego.
_ Akira Kurosawa. Dodes'ka-den, 1970.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Eterno sol-pôr

Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdo — a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios-tons da consciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos. O sentirmo-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente entre margens afastadas.



_ Fernando Pessoa. Livro do desassossego.
_ Masao Yamamoto. #1530.




quarta-feira, 15 de junho de 2016

Tudo se me evapora

"Tudo se me evapora. A minha vida inteira, as minhas recordações, a minha imaginação e o que contém, a minha personalidade, tudo se me evapora. Continuamente sinto que fui outro, que senti outro, que pensei outro. Aquilo a que assisto é um espetáculo com outro cenário. E aquilo a que assisto sou eu."


   
_ Fernando Pessoa. Livro do desassossego.
_Francesca Woodman. Self deceit 1, Roma, 1978.

terça-feira, 7 de abril de 2015

on the edge

pull me out of the aircrash
pull me out of the lake
cause I'm your superhero
we are standing on the edge
we are standing on the edge

quarta-feira, 11 de março de 2015

"Hoy que hay tantas imágenes y tan poca fotografía."

¿Están sonriendo? ¿Están tristes? Todo es misterioso y oscuro, pero por sobre todo, está la mirada de ella ahí; están sus ojos recortando ese espacio, queriendo mostrar algo. Siento tanta admiración por este recorte. Por cómo me hizo sentir viendo esta foto. Quisiera saber si yo despierto esa misma emoción en los ojos de otros. Hoy que hay tantas imágenes y tan poca fotografía. ¿En qué se transforma el amor cuando lo capturamos? ¿En un recorte o en un espacio emocional contenido? Vivimos perseguidos por nuestras fotos, amamos, nos separamos, nos distanciamos de las personas, sentimos que el momento que fotografiamos es nuestro tiempo eterno. Lo encapsulamos y después lo tenemos ahí, estático y duro. Un puñal que atraviesa. Uno quisiera pensar que el sentimiento dura para siempre. Cada fragmento es parte del pasado y el deseo del futuro. Entonces me pregunto, ¿qué hacemos con todas esas fotos que hicimos y que duelen tanto?
> Lula Bauer. Las alas invisibles.

> +

terça-feira, 10 de março de 2015

Como

Acredito que a essência de uma educação na área de humanas, eliminadas todas as bobagens e patacoadas que vêm junto, deveria contemplar o seguinte ensinamento: como percorrer uma confortável, próspera e respeitável vida adulta sem já estar morto, inconsciente, escravizado pela nossa configuração padrão - a de sermos singularmente, completamente, imperialmente sós.
(David Foster Wallace)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

...quando se tem o álibi

de ter nascido ávido
e convivido inválido
mesmo sem ter havido

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sobre a forma na arquitetura

Não me oponho à forma, mas somente à forma como objetivo.
Faço-o com base em uma série de experiências e de convicções delas derivadas.

A forma como o objeto leva sempre ao formalismo.
Pois esse esforço se volta não para o interior, mas para o exterior.
Mas só um interior vivo tem um exterior vivo.

Só a intensidade da vida tem intensidade da forma.
Cada um é apoiado por uma coisa.
O amorfo não é pior do que o excesso de forma.
Um não é nada, enquanto o outro é aparência.
A forma real pressupõe a vida real.
Não algo que já foi, nem mesmo algo já pensado.

Aqui se apoia o critério.

Não julgamos o resultado, mas o princípio do processo de dar forma.
Aqui se mostra se a forma foi encontrada na vida ou em si mesma.

Por isso, para mim é essencial o processo de dar forma. Para nós. a vida é o aspecto decisico.
Em sua total plenitude, nas suas relações espirituais e materiais.

Não seria talvez uma das principais tarefa do Werkbund iluminar a situação espiritual e material
na qual estamos, torná-la visível, conferir ordem às suas correntes e então guiá-las?
Não se deve deixar todo o resto para as forças criativas?
[Por isso a questão do clássico ou gótico é tão irrelevante quanto a questão do construtivismo
ou do funcionalismo. Não estamos nem na Antiguidade, nem na Idade Média, e a vida não
é estática ou dinâmica, mas abraça ambos os aspectos]
Somente um processo de dar forma corretamente estabelecido e realizado conduz ao resultado.
Vocês julgam o resultado, nós, o princípio do processo.
Assim como é certo que o processo de dar forma se torna visível só no resultado, é igualmente
certo que um processo começado e conduzido corretamente leva ao resultado.
Não é essa a tarefa mais importante, talvez a única?
Por isso me parece mais importante avaliar a situação em que nos encontramos, torná-la visível, ordenar suas correntes e com isso guiá-las.

Queremos nos abrir à vida e tomá-la.
A vida para nós é decisiva. Na plenitude de suas condições espirituais e materiais.
Não julgamos o resultado, mas o princípio do processo de dar forma.
Aqui se mostra se a forma foi encontrada na vida ou em si mesma.
Por isso, para mim é essencial o processo de dar forma. Para nós, a vida é o aspecto decisivo.
A vida para nós é o aspecto decisivo.
Na plenitude de suas condições espirituais e materiais.
Não é essa a tarefa mais importante, talvez a única do Werkbund, iluminar a situação espiritual
e material na qual estamos, torná-la visível,
conferir ordem às suas correntes e então guiá-las?
Não se deve deixar todo o resto para a força criativa?


Die Form, 2, n. 2, 1927, pág. 59
Mies Van Der Rohe

sexta-feira, 17 de maio de 2013

O Imortal

A morte (ou sua alusão) torna preciosos e patéticos os homens. Estes comovem por sua condição de fantasmas; cada ato que executam pode ser o último; não há rosto que não esteja por dissolver-se como o rosto de um sonho. Tudo, entre os mortais, tem o valor do irrecuperável e do inditoso. Entre os Imortais, ao contrário, cada ato (e cada pensamento) é o eco de outros que no passado o antecederam, sem princípio visível, ou o fiel presságio de outros que no futuro o repetirão até a vertigem. Não há coisa que não esteja como que perdida entre infatigáveis espelhos. Nada pode ocorrer uma só vez, nada é preciosamente precário. O elegíaco, o grave, o cerimonioso não vigoram para os Imortais. Homero e eu nos separamos nas portas de Tânger; creio que não nos dissemos adeus.
_O Aleph. Jorge Luis Borges.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Straub: No se puede adaptar un libro si este libro no nos toca, y una obra no puede tocar a nadie si no la encontramos violentamente, en la vida –porque hayamos vivido al menos la mitad de las experiencias que vivió su autor. Si hicimos Nicht versöhnt, a partir de Heinrich Böll, es porque pensaba en la cuestión de Argelia. Y Les Yeux…, basada en Corneille, no fue hecha sólo para contar cómo fue el ascenso al poder del sucesor de Nerón, o porque esta historia nos recordara a The Big Sleep, de Hawks, sino porque no había una sola escena en ese texto que no hubiera sido una experiencia personal para mí o para Danièle, en nuestras familias o con personas de la sociedad. Nadie puede hacer cosas que se conviertan en formas y materias audiovisuales si estas cosas no son el fruto de sus propias experiencias.

(...)

Es necesario, por encima de todo, que la cámara no sea un ojo, sino la vista. Este es el trabajo. (…) Es conocer la distancia, moral y material (da lo mismo) entre lo que se muestra y la cámara. Para el encuadre, los alemanes usan la palabra “Einstellung”. Einstellung también significa disposición moral. (…). Lo que es necesario, creo, es una idea. Una idea que no sea una intención simbólica ni psicológica. Una idea moral, luego política.
http://www.elumiere.net/exclusivo_web/internacional_straub/textos/straub_lisboa.php

sábado, 21 de julho de 2012

I'm overwhelmed...

...I'm on repeat, I'm emptied out, I'm incomplete...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Uma das mais belas...










The Bridges of Madison County, Clint Eastwood, 1995

terça-feira, 14 de junho de 2011

"Demora muito tempo ver um filme...

...É tão difícil fazer um filme como vê-lo bem. E às vezes o tempo passa e as coisas tornam-se mais claras".


-Pedro Costa

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A alma e os sentimentos...

... não são o princípio e o fim de tudo, inclusive da sétima arte: são um dos aspectos da existência, do mundo, do homem, do cinema.


Sganzerla, Cineastas da alma, 1965

sábado, 1 de janeiro de 2011

Para começar bem...














(Samuel Fuller, The Crimson Kimono, 1959)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

bom dia boa tarde boa noite Amor

pois tudo que eu falo
que eu canto
que eu penso
que eu amo
que eu olho
que eu quero
só vejo você

mas por favoooooor.....

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mrs. Dalloway

Bem, diverti-me; sempre foi alguma coisa, pensou, olhando para os oscilantes vasos de pálidos gerânios. Um prazer desfeito em pó, pois era meio inventado, como muito bem o sabia; inventada, aquela aventura com a moça; fabricada, como se fabrica a melhor parte da vida; como se inventa uma deliciosa diversão, e qualquer coisa mais. Era esquisito, e inteiramente verdade; tudo o que não se podia compartilhar... esvaía-se em pó.



















(Pialat,Police,1985)

terça-feira, 14 de setembro de 2010



"Uma perda para a Nouvelle Vague (mais uma), uma perda para a cinefilia, uma perda para a felicidade, no fim das contas"

[http://inacio-a.blog.uol.com.br]

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Como sói

soer (ê)
v. intr.
1. Ter por costume, costumar.
como sói: como é costume.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Glaura revivida

Certa rua começa algures e vem dar no meu coração.
Nessa rua passa um conto feito de pedacinhos de histórias
de ouro, de velhos, de estrume, de seleiros falidos.
Nessa rua acaba de passar
a menina-e-moça de tranças e blue jeans pela calçada
É um violão andando, um som
unindo algures de ontem a nenhures de eternidade.


_Carlos Drummond de Andrade, Farewell.

sábado, 26 de junho de 2010

O homem essencial: Man of Aran, de Robert Flaherty


Chamamos de cinegenia a maneira pela qual a máquina se apropria e faz sua, remodela, redesenha aquilo de que ela se apodera: corpo, rosto, coisa. Essa nova dimensão conferida ao ser ou à coisa filmada é antes de tudo a declaração de que houve um olhar para esse ser ou essa coisa. O cinema inscreve naquilo que filma a idéia, o código, a aura do olhar. Olhar que deve ser um pouco menos humano (a máquina) para que eu possa vê-lo, para que ele seja notado. Passando pelo cinema, o mundo torna-se olhar para o mundo. Mundo como olhar.


Jean-Louis Comolli

segunda-feira, 21 de junho de 2010

By this river




Here we are stuck by this river
You and I underneath a sky
That's ever falling down down down
Ever falling down

Through the day as if on an ocean
Waiting here always failing to remember
Why we came came came
I wonder why we came

You talk to me as if from a distance
And I reply with impressions chosen
From another time time time
From another time.

sábado, 19 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Corpus Christi

O que resta fazer num feriado desses senão sentir alguma saudade? Saudades daquela outra Corpus Christi. Não necessariamente da cidade, da qual eu não gostava muito... Mas havia um estar-lá tão diferente que estar-aqui. Difícil explicar, porque era tão sofrível! E aqui também sempre é de algum modo. No final das contas, não sei. É meio vazio meio cheio. Meio sonho meio dor meio fuga meio cheiro meio língua meio descoberta. Vontade de ficar e de voltar de viver outra coisa.














Corpus Christi, TX

quarta-feira, 12 de maio de 2010

I need something to breathe


I will try not to burden you
I can hold these inside
I will hold my breath
Until all these shivers subside
Just look in my eyes

terça-feira, 11 de maio de 2010

Terça-feira

com jeito todo de domingo, de preguiça, de demora, de chuva, de fome incólume sem fim

domingo, 4 de abril de 2010

307.

Em favor da crítica - Agora lhe parece um erro o que outrora você amou como sendo a verdade ou probabilidade: você o afasta de si e imagina que sua razão teve aí uma vitória. Mas talvez esse erro, quando você era outro - você é sempre outro, aliás -, lhe fosse tão necessário quanto as suas "verdades" de agora, semelhante a uma pele que lhe escondia e cobria muitas coisas que você ainda não podia ver. Foi sua nova vida que matou para você aquela opinião, não sua razão: você não precisa mais dela, e agora ela se despedaça e a irracionalidade surge dentro dela como um verme que vem à luz. Quando exercemos a crítica, isso não é algo deliberado e impessoal - é, no mínimo com muita frequência, uma prova de que em nós há energias vitais que estão crescendo e quebrando uma casca. Nós negamos e temos de negar, pois algo em nós está querendo viver e se afirmar, algo que talvez ainda não conheçamos, ainda não vejamos! - estou dizendo isso em favor da crítica!


Nietzsche, A Gaia Ciência

sexta-feira, 2 de abril de 2010

"Ninguém prende aqueles dois,

Aquele um
Negro amor de rendas brancas"


sexta-feira, 26 de março de 2010

There are very many places
I would like to go
but I can't find the key
to open my door.

sábado, 13 de março de 2010

O pouco que sobrou

Eu cansei de ser assim não posso mais levar se tudo é tão ruim por onde eu devo ir? A vida vai seguir ninguém vai reparar aqui neste lugar eu acho que acabou mas vou cantar pra não cair fingindo ser alguém que vive assim de bem

domingo, 7 de março de 2010

Agora o mundo é completamente outro quando eu coloco as lentes.
Não sei exatamente como olhar...

sexta-feira, 5 de março de 2010

(:

A Laura vem escutando coisas aleatórias em outras línguas, sobretudo em Inglês.

Nesses dias eu a ouvi cantar: "Blockbuster to you..."

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

I'm gonna DJ at the end of the world

Accelerate is perfect in these breezy (and pleasant) days...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

My eyes are winding...

it hurts
and it makes me confused.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Último capítulo

Felizmente — ah! um felizmente neste último capítulo de um caipora, é, na verdade, uma anomalia; mas vão lendo, e verão que o advérbio pertence ao estilo, não à vida; é um modo de transição e nada mais.



Machado de Assis

domingo, 24 de janeiro de 2010

Emily L.

Olho para eles. Digo a você:
- Viver o amor como o desespero.
Você sorri e, por minha vez, eu lhe sorrio.
- Fugir de toda parte, como os criminosos.


(Marguerite Duras)













(Philippe Garrel_ La Frontière de l'aube, 2008)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Avatar

Acho que o que me impressiona é a descoberta de um mundo, de como olhar para um mundo, criá-lo e enxergá-lo além... tudo a ver com cinema.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Gatos e cores para os 21 anos













Obrigada, Erick :)

Tendo ao desapontamento

Segundos sussurram horas
línguas confundem
o pensamento.

Infindas combinações semânticas
explodem
e se perdem também
nos olhos.

Quem se fala? Quem se grita?

Respirar esparso
doído
como se simplesmente
não houvesse
não fosse possível
cabível
...




you want to go out friday
and you want to go forever.
you know that it sounds childish
that you've dreamt of alligators.
you hope that we are with you
and you hope you're recognized
you want to go forever
you see it in my eyes.
I'm lost in the confusion
and it doesn't seem to matter
you really can't believe it
and you hope it's getting better


Hope, R.E.M.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Capítulo belíssimo

197

Vagaram sem destino. O estômago de Rubião interrogava, exclamava, intimava; por fortuna, o delírio vinha enganar a necessidade com os seus banquetes das Tulherias. Quincas Borba é que não tinha igual recurso. E toca a andar acima e abaixo. Rubião, de quando em quando, sentava-se no lajedo, e o cão trepava-lhe às pernas, para adormecer a fome; achava as calças molhadas, e descia; mas tornava logo a subir, tão frio era o ar da noite, já noite alta, já noite morta. Rubião passava-lhe as mãos por cima, resmungando algumas palavras magras.

Se, apesar de tudo, Quincas Borba conseguia adormecer, acordava logo, porque Rubião levantava-se e punha-se outra vez a descer e subir ladeiras. Soprava um triste vento, que parecia faca, e dava arrepios aos dois vagabundos. Rubião andava devagar; o próprio cansaço não lhe permitia as grandes pernadas do princípio, quando a chuva caía em bátegas. As paradas eram agora mais freqüentes. O cão, morto de fome e de fadiga, não entendia aquela odisséia, ignorava o motivo, esquecera o lugar, não ouvia nada, senão as vozes surdas do senhor. Não podia ver as estrelas, que já então rutilavam, livres de nuvens. Rubião descobriu-as; chegara à porta da igreja, como quando entrou na cidade; acabava de sentar-se e deu com elas. Estavam tão bonitas, reconheceu que eram os lustres do grande salão e ordenou que os apagassem. Não pôde ver a execução da ordem; adormeceu ali mesmo, com o cão ao pé de si. Quando acordaram de manhã, estavam tão juntinhos que pareciam pegados.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cette vie

est un hôpital où chaque malade est possédé du désir de changer de lit. Celui-ci voudrait souffrir en face du poêle, et celui-là croit qu'il guérirait à côté de la fenêtre.


Baudelaire













(Foto: http://www.flickr.com/photos/nounou12/2105470266/)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

No Tratado das Grandezas do Ínfimo estava escrito:

Poesia é quando a tarde está competente para dálias.
É quando
Ao lado de um pardal o dia dorme antes.
Quando o homem faz sua primeira lagartixa.
É quando um trevo assume a noite
E um sapo engole as auroras.

Manoel de Barros, 1993.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Noções

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se
encontram.


Cecília Meireles

quinta-feira, 12 de novembro de 2009